4 de jun. de 2025

Você Escolhe o Padrão, Eu Escolho as Cores

No tear do tempo, onde o silêncio se formou,  
Minhas palavras, cadeias, no vazio se prenderam.  
O instante, cruel, o saber despedaçou,  
E sua fúria, em brasas, as mãos acenderam.  

Sem verbo, sem voz, apenas o peso do gesto,  
Mãos que se partem, um grito manifesto.  
A mesa, outrora nós, tombada no chão,  
Um lar desfeito, estilhaços na escuridão.  

Sua raiva, um espelho, reflete o que fui,  
Um amor em farrapos, que o orgulho traiu.  
Você partiu, e o eco da porta ficou,  
Meu coração, em cicatrizes, se formou.  

Mas eu, com as cores, pinto o que sobrou,  
No padrão do vazio, a vida se formou.  
Cada marca, uma tela, cada dor, um tom,  
Do caos nasce o verso, do fim, o meu som.

0 comments: