Minhas palavras, cadeias, no vazio se prenderam.
O instante, cruel, o saber despedaçou,
E sua fúria, em brasas, as mãos acenderam.
Sem verbo, sem voz, apenas o peso do gesto,
Mãos que se partem, um grito manifesto.
A mesa, outrora nós, tombada no chão,
Um lar desfeito, estilhaços na escuridão.
Sua raiva, um espelho, reflete o que fui,
Um amor em farrapos, que o orgulho traiu.
Você partiu, e o eco da porta ficou,
Meu coração, em cicatrizes, se formou.
Mas eu, com as cores, pinto o que sobrou,
No padrão do vazio, a vida se formou.
Cada marca, uma tela, cada dor, um tom,
Do caos nasce o verso, do fim, o meu som.
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