2 de jun. de 2025

A Chave de Alabastro

Forjada em brisa, não em ferro ou chama,  
De memórias trançada, um pulsar que se inflama.  
É o instante em que a graça vence o rancor,  
E a compaixão desarma o frio do temor.  

Não é leve, mas não curva os ombros dos puros,  
Carrega o peso dos sonhos, dos atos seguros.  
Um fardo de luz, um cristal de intenção,  
Que guarda nas veias o ritmo do coração.  

Não gira em fechaduras, não rompe cadeados,  
Mas abre silêncios, desvenda os segredos guardados.  
Seu som não é clique, mas um canto sutil,  
Que ecoa o nome que o peito fez seu.  

Se a dor que te aperta é um murmúrio que vem,  
É a Chave cantando, chamando por quem  
Aprende a escutar, com a alma a vagar,  
E encontra, no fundo, o que sempre quis dar.  

Que a Chave de Alabastro, tão frágil, tão forte,  
Te guie ao caminho que traça teu norte.  
Pois ela não abre apenas o que foi,  
Mas tece o que será, no que és, onde estou.

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