Um grito neurótico, sem começo, sem esperança.
Capelas mudas, sentinelas do caminho,
Sussurram segredos que o coração não adivinha.
De outra dimensão, um véu se rasga,
Força bruta empurra, com desgosto e pragas.
Um voo ceifado, asas quebradas no ar,
A Terra, amaldiçoada, não sabe se levantar.
Loucura contra loucura, um embate sem fim,
Óculos velam a vergonha que mora em mim.
Magia amarga, igual em todo lugar,
Um gosto que queima, ninguém a decifrar.
Corpos inertes, lavados de cor,
Comungam em silêncio, num ritual de dor.
A Terra, órfã, sem o Espírito a guiar,
Desde sua gênese, condenada a vagar.
Queres ir à floresta, onde anjos não pisam?
Onde sombras se erguem e os céus se desfazem?
Ou basta um adeus, um sussurro final,
No caos que engole o que é mortal?
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