2 de jun. de 2025

Caos

No redemoinho do tempo, o caos dança,  
Um grito neurótico, sem começo, sem esperança.  
Capelas mudas, sentinelas do caminho,  
Sussurram segredos que o coração não adivinha.  

De outra dimensão, um véu se rasga,  
Força bruta empurra, com desgosto e pragas.  
Um voo ceifado, asas quebradas no ar,  
A Terra, amaldiçoada, não sabe se levantar.  

Loucura contra loucura, um embate sem fim,  
Óculos velam a vergonha que mora em mim.  
Magia amarga, igual em todo lugar,  
Um gosto que queima, ninguém a decifrar.  

Corpos inertes, lavados de cor,  
Comungam em silêncio, num ritual de dor.  
A Terra, órfã, sem o Espírito a guiar,  
Desde sua gênese, condenada a vagar.  

Queres ir à floresta, onde anjos não pisam?  
Onde sombras se erguem e os céus se desfazem?  
Ou basta um adeus, um sussurro final,  
No caos que engole o que é mortal?  

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