Ousados, porém discretos nas tramas.
No abraço do crepúsculo,
Ouvimos um pulsar, sinistro e rítmico,
Carícias de sombras, suas cortinas nos clamam.
Imortais, por um momento apenas,
Cada respiração ecoa em nossas venas.
Com presas que pingam sede,
Festejamos sob o olhar do céu vermelho,
Tomando a noite, extasiados nas cenas.
A fome é pesada, um peso ancestral,
Carregamos os mortos, nosso fardo vital.
Deslizando pelo horizonte, a lua brilha,
Nos laços do luar, a alma se aninha,
A dança é eterna, um ciclo sem igual.
De volta ao caixão, ao abrigo escondido,
O silêncio pesa, um destino querido.
Tudo termina, mas o amanhecer,
É fluxo de sombras, um não-conviver,
Na luz, emudecemos, nós, os esquecidos.
Na escuridão, festejamos, seres fugazes,
Em nosso reino etéreo, tão repleto de fases.
E então retornamos, aos túmulos, ao lar,
Com um sussurro suave, antes de partir,
As memórias vibram, contínuas e audazes.
Assim dançamos, em círculos sem fim,
Com a lua de sangue a testemunhar nosso sim.
Na calma da noite, onde tudo é sagrado,
Celebramos a vida, o amor, o passado,
Nós, os fantasmas, eternos por um triz.
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