3 de jun. de 2025

Tormento Silencioso

Nas dobras do tempo, um grito abafado,  
Onde o dia se curva e a noite é um fardo.  
Um tamborilar de sombras, um peso sem fim,  
A dor que se entrelaça, um eco tão vil.  

De manhã, ela acorda, o peito em nós,  
Memórias cortantes, navalhas sem voz.  
Os olhos, espelhos de um mar sem luz,  
Carregam o fardo que o mundo não conduz.  

À noite, o coração pulsa, um tambor solitário,  
Cada batida, um lamento, um grito precário.  
As sombras dançam, zombando em silêncio,  
E o vazio sussurra: "Não há resiliência."  

Seu sorriso, um véu, tão frágil, tão fino,  
Máscara que esconde o tormento divino.  
Rugas de riso mentem ao olhar alheio,  
Mas os olhos confessam um secreto anseio.  

As rachaduras se abrem, o disfarce se vai,  
A alma, em pedaços, não sabe quem trai.  
O peso a consome, o vidro a fere,  
Cada estilhaço é um sonho que perece.  

Na luta, ela busca um alívio fugaz,  
Na névoa da fuga, um instante de paz.  
Mas a dor retorna, corrosiva, voraz,  
Um vazio que grita, uma sombra tenaz.  

E ainda assim, na costura do sofrer,  
Ela aprende a carregar, a não se perder.  
A dor, agora parte, cicatriz que se formou,  
Um lembrete da força que nela brotou.  

No tormento implacável, um brilho se faz,  
Um sussurro de luta, um vislumbre de paz.  
Pois na escuridão, onde a alma se formou,  
A força se tece, e o coração se formou.

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