1 de jun. de 2025

O Núcleo 2

No âmago do ser, um véu suspenso,  
Significado oculto, denso, imenso.  
Noite eterna, opressão sem fim,  
Abismo que cobre, mas não devora assim.  

Desprezo aos que buscam, com mãos ansiosas,  
Um rasgo no tecido, nas dobras sombrias.  
O mago das cores, silente, a postos,  
Pinta o invisível com gestos compostos.  

Importa saber o que trazes contigo,  
O que guardas sem mastigar, antigo.  
No peito, onde os sonhos se enraízam,  
A voz da empatia é o que eterniza.  

Às vezes tão perto, às vezes no ar,  
Mas sempre presente, a pulsar.  
A ideia é a estrela da aurora clara,  
Farol do propósito, essência rara.  

Além dos conceitos, além da razão,  
Além do que cabe na vã dimensão.  
Só se esqueceres cada palavra ouvida,  
Verás a verdade na frágil ferida.  

Falhas são o legado, o rastro da chama,  
Consciência que queima, mas não se derrama.  
Quando chegamos, sangrando, a pagar,  
O núcleo nos chama: *basta olhar.*

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