Ilusão corre atrás de ilusão,
Um cão faminto, devorando o nada,
O cordeiro, outrora puro, agora é carne,
Um tumor cego que geme sem razão, sem alma.
Assassinos desfilam em procissão,
Psicopatas dançam nas esquinas escuras,
Cadáveres vivos rastejam pelas calçadas,
A praga veste a camisa da fé, ungida pela força.
Um filme se desenrola, tingido de sangue,
Guerra e crime entrelaçados em cena,
O cobrador de impostos sorri, voraz,
Servindo aos caprichos de um mundo corrompido.
O opressor aperta o parafuso,
Nero ri, banhado em terror até o pescoço,
Um grito acaricia o ar, um beijo amargo,
Mentiras escorregam como macarrão pela garganta.
O parafuso range, mais apertado ainda,
Uma viagem se anuncia, sem volta,
O carro funerário aceno, apaixonado,
Um rio amarelo murmura seu nome.
O absinto goteja, prometendo sentido,
Mas no corredor estreito, a vida escapa,
Um sussurro preso entre os dedos,
Um eco preso no vazio, para sempre.
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