Moldou meu olhar, meu sentir latente.
Neste mar de concreto, busco a beleza,
Nos becos e vielas, minha avidez se alça.
As cores se dissipam, o tom se esvai,
Mas na minha alma, a poesia não cai.
Neste pano de fundo, ganha relevo,
Um mundo de metáforas, que em mim revo.
São Paulo, meu mestre, teu cinza me ensina
A ver além do óbvio, a tocar a essência.
E desta escuridão, surge a luz que ilumina,
Minha voz de poeta, ganhando potência.
Assim, nesta cidade, de sombras e brilhos,
Meu ser se transforma, meus versos desabrocham.
O cinza me inspira, me torna mais filho
Desta terra fértil, onde minhas rimas tocam.