12 de mai. de 2024

São Paulo cinza

Cinza da cidade, sombra imponente,
Moldou meu olhar, meu sentir latente.
Neste mar de concreto, busco a beleza,
Nos becos e vielas, minha avidez se alça.

As cores se dissipam, o tom se esvai,
Mas na minha alma, a poesia não cai.
Neste pano de fundo, ganha relevo,
Um mundo de metáforas, que em mim revo.

São Paulo, meu mestre, teu cinza me ensina
A ver além do óbvio, a tocar a essência.
E desta escuridão, surge a luz que ilumina,
Minha voz de poeta, ganhando potência.

Assim, nesta cidade, de sombras e brilhos,
Meu ser se transforma, meus versos desabrocham.
O cinza me inspira, me torna mais filho
Desta terra fértil, onde minhas rimas tocam.

Eu seguir cego sem você

Meus olhos cegos, perdidos na escuridão,
Buscam em vão a luz que me guiava,
Pois tua ausência é minha condenação,
E minha alma, em trevas, se afogava.

Sem teu brilho a iluminar meu caminho,
Ando a esmo, perdido neste abismo,
Tropeçando em dúvidas a cadainho,
Afogado no mar de meu próprio egoísmo.

Mas sei que um dia, quando enfim te encontrar,
A escuridão se dissipará de vez,
E a luz de teu sorriso há de me guiar
Para um futuro de felicidade e paz.

Até lá, sigo cego, mas com fé em meu peito,
Pois sei que, um dia, teu amor será refeito.

Meu caminho

Meu caminho se perdeu na nevoa da traição,
Cercado por mentiras que me deixaram confuso e só.
Construí castelos sobre areia movediça,
Confiando em quem me deixava cada vez mais desleal.

Promessas vazias e sorrisos dissimulados,
Envolveram-me em um labirinto de enganos e pecados.
Caminhei na escuridão, guiado por falsas luzes,
Deixando para trás a honestidade que outrora tive.

Minha lealdade se esfacelou como vidro fino,
Quebrada pelo peso da desconfiança e do veneno.
Agora, neste vazio, busco encontrar o meu caminho,
Tentando reconstruir a confiança que um dia me manteve.

Tempestade da noite passada...

Raios rasgam o céu escurecido,
Trovões ecoam, ameaçadores e ruidosos.
Chuva torrencial, um concerto ensurdecedor,
Que inunda as ruas e transborda os rios.

Vento selvagem uiva, balançando as árvores,
Arrancando galhos, desafiando a natureza.
A tempestade se acalma, deixando um rastro,
De folhas e galhos, um cenário de devastação.

Ao amanhecer, a tranquilidade retorna,
O céu clareado, a chuva cessou.
Mas a memória da tempestade da noite passada,
Permanece viva, um lembrete do poder da natureza.

Ilusão e o Fingimento

Fingir viver, uma dor atroz,
Mascarar a alma, em constante alvoroço.
Um teatro de emoções, sem voz,
Onde a verdade se perde no seu repouso.

Sorrisos falsos, um véu a esconder,
A angústia que dentro de mim reside.
Mentiras que tento fazer crer,
Quando a realidade é tudo o que me impede.

Ilusão de uma vida perfeita,
Que encobre a tristeza e a solidão.
Máscara que o mundo me obriga a usar, feita
De uma falsa e vazia expressão.

Ah, o fingimento, essa tortura diária,
Onde a alma se perde em constante agonia.
Uma existência vazia e solitária,
Onde a verdadeira vida se esconde e se adia.