3 de jun. de 2025

Buquê Envelhecido

Pétalas murchas, um buquê que definha,  
No vaso estreito, a vida se esquinha.  
O perfume, outrora doce, desvanece no ar,  
Um sussurro fugaz, que não sei onde está.  

Lembro a noite, o céu em febre, a estrela polar,  
Palavras tortas, promessas que não soube guardar.  
Flores que brilhavam, tão vivas, tão plenas,  
Hoje são cinzas de memórias pequenas.  

Buquê envelhecido, espelho do que foi,  
Cada pétala caída, um pedaço de nós dois.  
Culpo-me pela frieza, pelo não que cortou,  
Mas teu vulto sumiu, e o silêncio formou.  

Onde estás, sombra leve, que o vento levou?  
Por que partiste tão quieta, e o vazio formou?  
No vaso, o buquê guarda o peso do adeus,  
Um eco de flores, um adeus que é só meu.

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