No galho, me prendi por eras lentas,
Tecendo sonhos em véus de esmeralda.
O sol me banhava, a chuva me cantava,
Mas meu coração ardia por ventos indomados.
Outras folhas amavam a luz dourada,
Ou se entregavam às gotas em noites molhadas.
Eu, porém, sonhava com planícies sem fim,
Onde o céu e a terra dançam em mim.
Veio o outono, com sua mão de cinza,
E soltou-me leve, em brisa tamanha.
Dancei com os ventos por vales e alamedas,
A árvore, tão alta, agora pequena.
No giro do ar, sou pluma, sou chama,
Carregada ao longe, onde o mundo me chama.
Livre do peso, do galho, da espera,
Sou um sopro do eterno na vasta primavera.
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