11 de jun. de 2025

Blues para Coltrane (Um Eco Cósmico)

Na penumbra do azul, eu me dissolvo,  
Um sopro de sax que a noite formou.  
Estrelas sussurram segredos antigos,  
E eu, peregrino, sigo seus signos.  

O ritmo dos deuses pulsa na veia,  
Um jazz que é fogo, que é dor, que é cheia.  
Coltrane me chama, sua nota é um grito,  
Corta o silêncio, faz o mundo infinito.  

Eu danço no vácuo, onde o tempo se curva,  
Cada acorde uma brisa, cada pausa uma turva.  
Sou pluma no éter, sou onda no mar,  
Um eco que voa, sem nunca parar.  

A lua me fita, guardiã do meu verso,  
E eu canto o pecado, o divino, o diverso.  
No staccato dos anjos, meu peito se parte,  
A música é Deus, e eu sou sua arte.  

Não me curvo a templos de pedra ou promessas,  
Meu altar é a nota que rasga as repressas.  
Coltrane me guia, seu sopro é meu norte,  
Uma melodia que ri da própria morte.  

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