Um sopro de sax que a noite formou.
Estrelas sussurram segredos antigos,
E eu, peregrino, sigo seus signos.
O ritmo dos deuses pulsa na veia,
Um jazz que é fogo, que é dor, que é cheia.
Coltrane me chama, sua nota é um grito,
Corta o silêncio, faz o mundo infinito.
Eu danço no vácuo, onde o tempo se curva,
Cada acorde uma brisa, cada pausa uma turva.
Sou pluma no éter, sou onda no mar,
Um eco que voa, sem nunca parar.
A lua me fita, guardiã do meu verso,
E eu canto o pecado, o divino, o diverso.
No staccato dos anjos, meu peito se parte,
A música é Deus, e eu sou sua arte.
Não me curvo a templos de pedra ou promessas,
Meu altar é a nota que rasga as repressas.
Coltrane me guia, seu sopro é meu norte,
Uma melodia que ri da própria morte.
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