bochechas rosadas, carregadas do calor que ela não sabe de onde vem.
Uma fileira de luzes solares penduradas no corrimão da minha varanda,
pisca em vermelho, azul, às vezes amarelo,
como um segredo hesitante se revelando aos poucos.
Mas ninguém olha de perto o suficiente—
Ninguém vê o brilho trêmulo que precede a escuridão,
Ninguém percebe que sob a dança das cores
Existe um véu de desintegração cáustica,
Uma neblina densa de autoaversão.
Ela é verde—meio preto e verde, na verdade—
Como musgo entranhado nas rachaduras do tempo,
Como mofo se espalhando pelo teto quando o telhado se rende,
Como isolamento velho, embolado,
Feito pelo de um cachorro morto,
Deixado para apodrecer sem testemunhas.
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