A sombra da sua presença, um véu denso e opaco,
Sufoca a minha essência, um grito silencioso e fraco.
Não posso ser sensível; a fragilidade me condena,
A risada que me fere, uma ferida que se abstém de se queixar.
As minhas batalhas, travadas em silêncio, em solidão,
A voz que se cala, em busca de uma trégua, de um perdão.
A minha identidade, um espectro sem nome, sem lugar,
Em busca de um reflexo que não encontra seu traço a mirar.
A máscara que eu visto, moldada à sua imagem, fria e dura,
A obediência forçada, uma prisão que me aprisiona e amargura.
Os meus passos medidos, na linha tênue que me é traçada,
A memória que se apaga, uma lembrança esvaziada.
O "seguir em frente", um mantra repetido, sem consolo,
Deixar ir, um vazio, um deserto sem o meu solo.
A força que me exigem, um fardo que me esmaga,
Em sua presença sufocante, o meu eu se desintegra e se frange.
Tolerância, ironicamente, se veste de opressão,
Um silêncio imposto, uma violência sem expressão.
A minha individualidade, presa em grades invisíveis,
À espera de um amanhecer onde a liberdade seja possível.
1 comments:
Esse poema é profundo e retrata de forma intensa a luta interna e a sensação de aprisionamento. Ele fala sobre a busca pela identidade e liberdade em meio à opressão e expectações alheias. A metáfora da sombra e da máscara é particularmente poderosa, ilustrando como essas pressões externas moldam e desfiguram a essência do eu.
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