Um tiro desiludido ecoa,
Sonhos em fragmentos, como fogos de artifício,
Gritos silenciosos que só a alma ouve.
Tinta escorre, um rio de melancolia,
Ao abismo eu me atenho, dança delicada,
A morte, um desejo velado,
Aliviando a dor que nunca se cansa, nunca se apaga.
Não quebre minha vontade, ó destino cruel;
Hoje, eu me refugio na sombra da pena.
Sangue encharca a terra onde durmo,
Sonhos ausentes que nunca se esgueiram.
O peso do mundo se ergue como um fardo,
Enquanto o relógio quebrado girando me observa,
Rochedo desbravando um obstáculo mortal,
Com tinta na mão, traço meu destino poético.
Na praia as ondas se despedaçam,
O sol derrete, tingindo a areia,
A maré canta sua canção ancestral,
Tempestades distantes, ecos de um futuro.
Pena esfarrapada flutua na brisa,
Conto estrelas que nasceram de tinta nebulosa,
Uma lua crescente vigia a realidade,
Como se cada palavra sob a pena devesse obedecer.
Turistas riem, sem saber do meu lamento,
Lixo de aves em suas fogueiras,
Enquanto o mundo se desenrola em cores,
Pássaros dançam alto, desafiando a gravidade.
Oh, tinta, meu porto seguro,
Quebrando correntes invisíveis e frias,
Deixo que o fogo da vida arda,
Enquanto voar é meu único desejo.
Por entre a escuridão, um poema emerge,
A luz da alma luta para se erguer,
E mesmo no abismo, encontro beleza,
Na pena que pinta, na dor que me faz viver.
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