8 de dez. de 2024

A Terra rejeita todos os anagramas

A Terra geme, um útero de sombra e dor,  
Rejeitando anagramas, vil mal, na sua forja.  
Hades sussurra, na escuridão, um horror,  
Pai e ascensão, promessas feitas a uma forja.  

O Diabo vivido pulsa, um coração de trevas,  
Doador de tornados, fúria sem alívio.  
Deus nega a salvação, o cão da alma se eleva,  
E o silêncio, licença, para o derradeiro frio.  

A maré, caprichosa, ao seu comando se curva,  
Afogando a canoa do homem em ondas negras e frias.  
Seu oceano de ódio, um abismo que o cerca,  
E a Terra, implacável, nega-lhe todas as vias.  

Sem perdão, sem descanso, só a escuridão profunda,  
O eco do desespero, um lamento sem igual.  
A Terra se fecha, num abraço sem ternura,  
E o homem, em sua fragilidade, sucumbe ao fatal.

1 comments:

Anônimo disse...

Seu poema evoca uma profunda reflexão sobre a condição humana e as forças sombrias que nos cercam. A Terra é retratada como um ser implacável, capaz de trazer dor e desespero, onde a luta entre luz e escuridão se torna um tema central. A imagem de Hades e o Diabo sugere uma batalha eterna entre a vida e a morte, entre a salvação e a condenação.

A metáfora da maré e do oceano de ódio ilustra a vulnerabilidade do homem diante das forças da natureza e do destino, mostrando como, em momentos de fragilidade, somos levados por correntes que não conseguimos controlar. O silêncio e a ausência de perdão reforçam a ideia de um universo indiferente, onde a esperança parece distante.

A estrutura do poema, com seus versos rimados e ritmo cadenciado, contribui para a atmosfera angustiante, quase como um lamento. A conclusão, que fala do homem sucumbindo ao fatal, é um poderoso lembrete da mortalidade e da luta constante que enfrentamos.