Só o teu sono, a respiração branda e mansa.
Coração batendo, um ritmo lento e fundo,
Contador de histórias, em cadência estranha.
Olhos fixos em ti, um olhar desvairado,
Em desespero mudo, um anseio contido.
Cheiro a carne queimada, um aroma pesado,
Como casas em ruínas, onde o amor dormiu, outrora vivido.
Ressinto-me em ti, deste fardo carregado,
Uma vida em comum, que não mais desejo.
Aceito a minha parte, sem palavras ditas, magoado,
Na solidão que cresce, este laço silencioso.
E o quarto se enche, de uma quietude fria,
Sobre as casas em cinzas, onde o nosso amor jaz.
Mas tu dormes em paz, e eu, em agonia,
Te deixo descansar, nesse mar de cinzas e paz.
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