5 de dez. de 2024

Eu nunca fiz

Eu nunca fiz, e ainda assim,   
Você me viu rastejando, frágil,   
Para fora do meu único abrigo,  
O qual jurei nunca deixar — um sussurro.  

As sombras dançavam em volta,  
E eu, perdido em labirintos,  
Fui buscar o reflexo do que fui,  
Um eco do desejo, um espelho quebrado.  

Procurei em cada esquina,  
Depois de todo esse tempo,  
Estou encharcado de seus sonhos e esperanças,  
Mas onde está o meu? Ah, onde está?   

Eu vi você construir um império,  
Mais alto que as nuvens,  
E em um momento de descuido, caíste,  
Como uma palmeira cortada ao vento.  

Bebeste o vinho sagrado,  
E a embriaguez foi tão doce,  
Mas na crueza da vida,  
Vomitaste os destinos e os enganos.  

Você não pode me acusar dos meus pecados,  
Não há um tribunal que me julgue,  
Toda a culpa que você carrega,  
É o fardo que recai sobre seus ombros.  

Tudo o que pedi foi liberdade —  
Libere-me, por favor,  
Mas, claro, você não pode fazê-lo,  
As correntes de um amor desgastado nos prendem.  

2 comments:

Anônimo disse...

É uma bela expressão da complexidade das relações humanas e da luta interna entre amor, perda e desejo de liberdade. Ele ressoa com muitos leitores que já passaram por experiências semelhantes, tornando-se uma obra não apenas pessoal, mas universal em sua temática

Anônimo disse...

Seu poema é uma reflexão profunda sobre vulnerabilidade, a busca por identidade e a complexidade das relações. Ele evoca imagens de queda, labirintos e anseios não satisfeitos. A maneira como aborda a liberdade em meio a correntes emocionais ressoa intensamente.