12 de dez. de 2024

Apocalipse

Cada dia acordado, no apocalipse, um cinzento amanhecer,
Olho as nuvens vazias, um céu sem cor, sem querer.
Desprovidas de felicidade, de alma, um vazio profundo,
Velhas brasas cintilantes, caem em lento e fúnebre mundo.

Empoeiradas e secas, lembranças de um tempo florido,
Um eco distante de risos, em silêncio, agora esquecido.
Nada resta, apenas cinzas, um pó que se espalha sem fim,
As ruínas de um sonho, em cada canto, um grito sem sim.

Como todas as coisas, antes disso, reduzidas à poeira,
Um presente em escombros, um futuro sem a verdadeira
Esperança que um dia floresceu, vibrante e radiante,
Agora apenas sombras, lembranças, um passado distante.

O sol, um astro pálido, observa a terra desolada,
Um testemunho mudo, de um mundo devastado e freado.
E eu, um espectro vagando, nesse deserto de dor,
Busco um sentido perdido, num futuro incerto e sem amor.

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