4 de dez. de 2024

A Mão Final

Construímos um sonho, pedra por pedra,  
Uma casa de amor que chamamos de nossa.  
Mas o tempo revelou sua estrutura frágil,  
E o amor deu lugar à perda e à culpa.  

Sua risada agora, uma faca amarga,  
Nós esculpimos nosso ódio na vida de casados.  
Cada palavra uma arma, afiada e cruel,  
Nossos corações o campo de batalha, a regra.  

Os muros que erguemos começaram a cair,  
Mas ainda assim, lutamos para ter tudo.  
Não por amor, mas pelo orgulho,  
Que queimava forte demais para deixar de lado.  

E quando o fim ficou frio e próximo,  
Você me alcançou, através do ódio e do medo.  
Mas enquanto os escombros nos fechavam,  
Eu vi a verdade por trás do nosso pecado.  

Eu segurei sua mão, mas senti a picada—  
Você me deixou ir. Eu fiquei com o anel.  

Agora, o eco do que fomos é um sussurro,  
Na Ruína, um fragmento de um sonho passado.  
E ao lembrar do que uma vez floresceu,  
Entre as sombras, brota a luz do que restou.  

Com cada lágrima, cada sorriso perdido,  
Aprendi que o amor não é só alegria.  
É o espelho quebrado de uma história eu e tu,  
Onde as cicatrizes se tornam poesia.  

Assim, em meio aos escombros de um lar desgastado,  
A vida se renova, mesmo entre as cinzas.  
E ao sol nascer, por entre as feridas,  
Eu danço, livre do que nos aprisionava.  

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