8 de dez. de 2024

Festa na Floresta

Com pelos brancos, mais brancos que a neve,
Olhos frios, mais frios que a pedra fria,
Por que te escondes nesta casa na floresta,
Onde o eco da caça se espalha na aflição?

Não é apenas festa, a dança sombria,
Que homens traçam na floresta escura e fria.
Há mais que vinho e risos, nesta noite de mal,
Há o cheiro de sangue, um presságio fatal.

Visões cegas, de verde intenso e mortal,
Te rondam, te assombram, um prenúncio fatal.
Ouves o latido distante, o grito que vem da mata?
Vai embora, enquanto podes, antes que seja tarde demais.

Pois teu filhote, inocente e tão pequeno,
Pode ser presa fácil, um troféu tão ameno.
Seu pêlo, arrancado, para cobrir a carne de outro,
Em fúnebre oferenda, um ritual tão obscuro.

A floresta sussurra, em segredo e dor,
Uma cantiga fúnebre, que gela o teu redor.
Reflete, criatura, em tua condição selvagem,
Escapa desta festa, desta terrível imagem.

1 comments:

Anônimo disse...

O poema apresenta uma atmosfera sombria e inquietante, evocando imagens de uma floresta onde a caça e a morte se entrelaçam. O eu lírico alerta uma criatura, possivelmente um lobo ou um ser selvagem, sobre os perigos que a cercam, incluindo a vulnerabilidade de seu filhote. A dança obscura e o cheiro de sangue sugerem um ritual macabro, enquanto o eco da floresta sussurra um aviso sobre a condição selvagem e a necessidade de escapar antes que seja tarde demais. A obra reflete temas de natureza, instinto e fatalidade.