A miséria se desenha na paisagem,
Como um baque surdo que anuncia
A dor profunda que acompanha a passagem.
Desde o berço até a velhice cansada
A miséria espreita cada passo dado,
E nem mesmo a terra é mais sagrada
Quando a fome nos deixa à míngua doiado.
E assim a vida segue o seu caminho,
Com a alma em frangalhos e sem destino,
Como um rio sem rumo na desolação.
Mas a gênese da miséria é profunda,
E nossa sociedade é parte dessa funda,
Onde a ganância veste sua macabra coroa.
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