17 de jul. de 2023

Jardins malignos dentro de um espelho

No reino das sombras, em reflexo profundo,
Escondem-se jardins, com flores do mundo.
Mas não se engane com sua beleza vã,
Pois dentro do espelho, o mal se faz pão.

Nas pétalas sedosas, escondem-se espinhos,
Que ferem as almas, são finos caminhos.
As rosas negras, com aroma fatal,
Seduzem o olhar, enganam o real.

Caminho entre as fileiras de trevas e engano,
Onde as árvores retorcidas tecem seu plano.
Raízes serpentinas, destruição no solo,
Alimentam-se de medo, crescem no cômodo.

As borboletas dançam, mas são enegrecidas,
Seu voo aprisionado, sem asas coloridas.
Os lírios sussurram com voz melancólica,
Histórias de aflição, tristeza melódica.

Nos lagos sombrios, refletem a escuridão,
A água é espelho, distorcendo a razão.
Nas ondas sinistras, espelhos de tormenta,
Refletem a maldade, a alma cinzenta.

Os corvos gorjeiam com vozes estridentes,
Ecoam pelos corredores, as lamentações ardentes.
Em cada arbusto, segredos ocultos,
Palavras sussurradas, pactos indultos.

No jardim dos espelhos, o mal se esconde,
A cada passo, mais profundo se funde.
É preciso cuidado, cautela e atenção,
Pois o reflexo engana, traz desolação.

Desvende os mistérios, rompa a ilusão,
Liberte o jardim dessa cruel prisão.
Que as flores voltem a sorrir, cheias de cor,
E o espelho reflete a luz do amor.

Mas lembre-se, amigo, em cada reflexo há dualidade,
Um jardim maligno ou a pura verdade.
No reino dos espelhos, cuidado ao adentrar,
Pois nem tudo que reluz é digno de amar.

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