Cirurgia de empalamento, áspero gesto severo,
Em campos frios e sombrios, onde ninguém ouve o berro,
Extraído pela agonia, sofrimento sincero;
Emudece a razão, no olhar de calor eterno,
Onde o homem e a máquina, sussurram segredos do inferno,
“Cirurgia” e “empalamento”, entrelaçados em cerne moderno;
Faz-se o espetáculo da dor, retorno trágico, conforme governa.
As mãos não tremem, hábeis e destemidas,
Do arquiteto desta arte, magnus operis infernalis,
Marcas no corpo, presentes eternas, vividas,
No palco de desumanidades, repuxa o roteiro fatalis.
No crepúsculo desta jornada, restam cicatrizes e segredos,
Destas páginas de tormento, gramatura rubra e amparo,
Cirurgia de empalamento, herança de sonhos medonhos,
Engendram o desespero, labirinto sem faro.
Se erguem n’alma, inconteste clamor,
Ecos de dor, permanecem, caminham e sofrem,
A pluma vaticina roga a impressão de seu ardor,
Para que, desse tormento, jamais voltem.
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