24 de out. de 2025

Eclipse

A morte, minha amante distante —
Me ama, não pode me ter.
Anseia, mas não pode me alcançar,
Me quer como um alcoólatra
Ansioso por um gole,
Recaindo eternamente.

Parece tão assustador, como uma tempestade.
Eu estou em seu centro, dolorido,
Os olhos envoltos em desejo,
Encharcado de tristeza,
Uma alma viva, já em luto.

Eu também não a quero? —
Sim, como o calor no frio do inverno.
Eu também não a desejo? —
Sim, como as estrelas anseiam por um olhar.

Nenhuma manhã passa
Sem que eu clame por seu toque,
Mas a cada amanhecer
Eu me levanto respirando.

A morte é a lua adorável.
Eu, o sol ardente que ainda não se foi.
Eu espero pelo eclipse —
Leve-me em seu lugar.
Amaldiçoada com uma vida
Que se recusa a desaparecer.

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