No escuro dancei, a alma faminta,
A mentira, prato raso, saciou a mente.
Apatia, farta mesa, acalmou o olhar,
Enquanto a fome interna urgia a pairar.
Empanturrado em culpa, amargor na taça,
A vergonha, vinho escuro, na garganta passa.
Anoréxica alma, em vão, engoliu o pranto,
No bufê de traumas, o arrependimento, espanto.
Memórias dolorosas, em goles lentos,
Engasgava o passado, em vãos lamentos.
Desnutrido, em ruínas, o ser se esvaiu,
Até que a paz na mesa, enfim, surgiu.
Amor próprio, aperitivo, leve e novo,
Perdão no banquete, um futuro renovo.
A refeição da alma, em plena luz,
Deixou a escuridão, levando a cruz.
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