A vida selvagem, sem lei, desabrocha.
Ervas daninhas, num ímpeto que morre
E renasce, em folhagem que em roxo trocha.
Pelas gretas do asfalto, em revolta ardente,
O verde teimoso se espalha sem pudor.
São crespas, peludas, num abraço envolvente,
Uma horda esperta, sedenta de ardor.
Mas no meio desse emaranhado, serena,
A chicória, em seu porte altivo e singelo.
Estende seus ramos, em paz, na cena,
E lança estrelas de um azul mais belo.
Com seu olhar terno, em pétalas de céu,
Acalma a agitação, o furor desmedido.
Um farol de calma, de suave véu,
Nesse palco agreste, tão bem acolhido.
É a magia do caos, em sua plenitude,
A força da vida, num instante fugaz.
A chicória, a anfitriã, com gratidão e atitude,
Transforma a anarquia em serena paz.
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