19 de set. de 2025

Um Ganho no Abraço

Um ganho no abraço humano, um sussurro tênue,
Onde uma maçã, em sua queda serena,
Revelou a terra, a força que a contém,
A gravidade, um laço que a tudo ordena.

Mas quantos de nós, em quedas sem alarde,
Deslizam pelo abismo, em um véu de dor?
Perdemos o olhar, a empatia que arde,
E a humanidade se esvai, em cada clamor.

Quantas vidas ainda, em luto se afogam?
Um teste implacável, a morte em seu véu.
Teu afeto, um branco que em neve desabafa,
E a tua ausência, talvez não acenda o meu céu.

Contudo, um dia, foste luz que me guiava,
Uma estrela acesa, em meu ser a brilhar.
Não viste as nuvens, que em lágrimas chorava?
O céu desabando, em triste pesar.

Tua presença agora, um espectro que dança,
Fusão de cores, em minha visão se espalha.
Um ganho que busco, em cada lembrança,
Um abraço humano, que a vida retalha.


Não Mais um Eco

Nosso amor, outrora chama intensa,
Agora jaz, cinza, sem defesa.
Palavras cruas, como cacos no chão,
Rasgaram a alma, roubaram a canção.

E na cama, o silêncio que me invade,
Reflete um brilho, doce e fugaz verdade.
Memórias de nós, um eterno luar,
Que teimam em no peito ancorar.

Silenciosamente, o desejo me aflora,
Que um novo sol sua vida agora adore.
Alguém que te ame, com terno abraçar,
E faça o meu nome, na noite, não mais ecoar.

Que o amor que te entreguem, profundo e sereno,
Apague em ti qualquer vestígio ameno,
De um tempo passado, de um afeto que findou,
E que o teu sono, a paz enfim te legou.