3 de nov. de 2025

A vida de um poeta desconhecido. A vida do próximo poeta

O poeta sangra no papel,
O pai lê o jornal,
A mãe prepara o jantar,
Seus filhos estão com febre.

O poeta escreve uma carta de despedida,
O pai tenta melhorar,
Lá fora o tempo está ruim,
Eles ficam juntos na sala de estar.

O poeta escreve na última página:
Sua vida termina jovem,
Os pais do poeta esqueceram seu nome,
A casa nunca mais será a mesma...

O poeta deixou este mundo, e o poeta sou eu,
O poeta serei eu, o poeta nunca foi livre,
O poeta sou eu, o poeta é você, o poeta somos nós,
Eu deixarei este mundo - o próximo poeta é você!

2 de nov. de 2025

Insônia

Fechei os olhos, mas minhas pálpebras não se fecharam.
Deitei na cama, mas meu corpo não se fechou.
Desliguei meu cérebro, mas minha mente não se fechou.
Me cobri com o cobertor, mas a escuridão não se fechou.
Olhei para o espelho, mas meu reflexo não apareceu.
Levantei-me, mas minha alma não se levantou.

Pensei em escapar, mas não consegui.
Bebi água, mas minha língua não se moveu.
Respirei, mas meu nariz não se moveu.
Tentei ouvir, mas meu ouvido não ouviu.
Acendi a luz, mas a lâmpada não acendeu.
Tentei abrir a porta, mas não consegui.
Virei-me, mas minha cabeça não se moveu.

Algo saiu debaixo da cama, mas não saiu.
O que é isso, você sabe? Eu não sabia.

Um Inverno frio sem você, às vezes o silêncio é bom

Um Inverno Frio Sem Você
Às vezes o silêncio é bom.

E às vezes ainda me lembro,
Dela sentada no parapeito da janela
Enquanto o mundo lá fora se transformava em gelo.

Ela tinha uma paixão ardente por dentro,
Brasas incandescentes de inverno.

O tipo de paixão que me faria querer chorar,
Porque é tudo o que consigo lembrar.

Um mundo além dos meus sonhos,
Em uma linha do tempo diferente do passado,
Ela ainda estaria aqui ao meu lado
Se eu não a tivesse colocado em último lugar.

Nosso tempo juntos não era para ser,
E eu tive que aprender a deixar ir.

Minha doce cerejeira da primavera,
Me libertou da neve sombria.

1 de nov. de 2025

Almas despedaçadas

Em um mundo cheio de possessões,
Almas vazias ansiavam pela erosão.
Derrubando corações frágeis,
Por uma paz jamais recuperada.

Sangue derramado em nome da arte,
Almas plagiadas ainda desejam viver—
Com um peito
Que já não vive.

Frágil

Não sei,
Quando,
Ou como.

Me tornei tão
Frágil.

Mas talvez tenha sido
por causa do
fato.

De que minha alma
nunca.

Foi tratada
com cuidado.

De forma alguma.