Como ondas negras em coma,
Envolveram teus ombros frios,
Um céu alienígena, sem sol, sem nome.
Memórias de risadas, fragmentos leves,
Caem como chuvas, súbitas, breves.
Sob a lua cheia, a juventude uiva,
Lobos vibrantes, livres, na noite viva.
Cores pulsantes, outrora em chama,
Tornam-se pores do sol, abstratos, que enganam.
Perguntas dançam em tua mente excêntrica,
Buscando o mistério onde a criação se replica.
Magos tecem teias quânticas, frágeis,
Prismas pegajosos, buscas incansáveis.
Histórias de rua, faíscas na escuridão,
Incendeiam a escrita, quebram a prisão.
Mas o dragão, pacífico, incompreendido,
Guarda reinos sob escamas, num rugido.
Tensões crescem, gavinhas perturbadas,
De um coração ferido, de promessas quebradas.
Qualquer um pode tombar sob o peso,
Do infortúnio, da tormenta, do vazio ileso.
Como a mulher que segura o mar nos olhos,
Severa, serena, um mistério em cachos.
Perigosa, convulsa, de feitiços lunares,
Encanta a lua, em seus rugidos raros.
Sem palavras, apenas silêncios que gritam,
Chiados estrondosos, onde sonhos habitam.
Escura, silenciosa, a alma implora brilhar,
Vidro partido, querendo se iluminar.
E no ombro frio, um caminho se faz,
Na solidão que corta, mas também refaz.
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