25 de mai. de 2025

As Bordas da Solidão

As bordas da solidão,  
Como ondas negras em coma,  
Envolveram teus ombros frios,  
Um céu alienígena, sem sol, sem nome.  

Memórias de risadas, fragmentos leves,  
Caem como chuvas, súbitas, breves.  
Sob a lua cheia, a juventude uiva,  
Lobos vibrantes, livres, na noite viva.  

Cores pulsantes, outrora em chama,  
Tornam-se pores do sol, abstratos, que enganam.  
Perguntas dançam em tua mente excêntrica,  
Buscando o mistério onde a criação se replica.  

Magos tecem teias quânticas, frágeis,  
Prismas pegajosos, buscas incansáveis.  
Histórias de rua, faíscas na escuridão,  
Incendeiam a escrita, quebram a prisão.  

Mas o dragão, pacífico, incompreendido,  
Guarda reinos sob escamas, num rugido.  
Tensões crescem, gavinhas perturbadas,  
De um coração ferido, de promessas quebradas.  

Qualquer um pode tombar sob o peso,  
Do infortúnio, da tormenta, do vazio ileso.  
Como a mulher que segura o mar nos olhos,  
Severa, serena, um mistério em cachos.  

Perigosa, convulsa, de feitiços lunares,  
Encanta a lua, em seus rugidos raros.  
Sem palavras, apenas silêncios que gritam,  
Chiados estrondosos, onde sonhos habitam.  

Escura, silenciosa, a alma implora brilhar,  
Vidro partido, querendo se iluminar.  
E no ombro frio, um caminho se faz,  
Na solidão que corta, mas também refaz.

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