11 de jan. de 2025

Paradeiro Desconhecido

Nas sombras de uma casa adormecida,  
Cortinas que emudecem histórias,  
Baldio e silente o passado se aninha,  
Entre indagações, vestígios de memórias.  

Ocupar o espaço do desconhecido  
É como dilatar um eco infindo,  
Onde há um intricado enigma,  
Um crime, talvez, sutil e indistinto.  

Caminhos se entrelaçam em labirintos,  
Ruas confusas, um desfile de incertezas,  
Cada esquina um convite, um convite à pena,  
Ao olhar das estátuas, eternas belezas.  

Entre as sombras da cidade em desuso,  
Sente-se o peso de um olhar divino,  
A presença sutil de um Jesus perdido,  
Que ao espiritual guia, se torna destino.  

O luar, despencando sobre pulsos cansados,  
Talvez indique a senda que se oculta,  
Na dança do tempo, um rastro apagado,  
Um convite ao desconhecido que resulta.  

Aquela esquina não é só um lugar,  
É o limiar de um sonho inexplorado,  
Onde, em meio ao murmúrio das almas,  
Desvela-se um caminho não esperado.  

Das sombras à luz, o que se esconde?  
O desfecho de vidas em versos perdidos,  
E no paradeiro que o tempo esconde,  
Vive o eco de passos, entrelaçados evidos.

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