4 de jan. de 2025

Destruição Eminente

No fio tênue entre a vida e o abismo,  
Nas páginas rasgadas da minha história,  
Eu contemplo a sombra de um heroísmo,  
Um eco distante de outrora e glória.  

Acanhado, o papel se torna testemunha,  
Das linhas tortas de um destino aflito,  
Cada curva um pedido, uma trégua,  
Cada frase um lamento, um grito.  

A dor faz-se arte nas bordas do vidro,  
Cortando a pele como um verso calado,  
Sangue desce em versos, um hino ladrido,  
Última estrofe desse amor descompassado.  

E neste teatro onde o silêncio é rei,  
Eu me pergunto a cada passo que dou,  
Se há beleza na ruína, ou se o que sei  
É apenas um eco do que já passou.  

Destruição iminente, a dança das chamas,  
As cinzas se espalham, caindo como poeira,  
E eu, em meu canto, já não tenho dramas,  
A dúvida é um peso que a alma mensageira.  

Eu fui, eu sou, e no fim, quem serei?  
Um rascunho desfocado, uma sombra vagante,  
Em meio à ruína, um sussurro...

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