21 de jul. de 2022

Acabou o tempo

Xale de lã azul tricotado com espinhos,
Fios ingratos descosturam ombros,
Saga presente de traição para ponte estéril,
No banco revestido de videira eu sentei por muito tempo,
Pernas de bebê sem passos para as próximas penitências.

Para o passado ainda a ser explicado sem medo,
Eu sorri por alguns doces em seus olhos,
Inconsciente de navalhas atrás das línguas,
Todos os pássaros no meu peito cantaram para casa,
O sol entre minhas sobrancelhas ficou mais brilhante.

O tempo se torceu para desenhar alguns sinais,
Ventos rasgaram as polaroids,
A visão transparente mostrou fé embaçada,
Ainda estava perdido naquelas cores dançantes,
Sonhando com os lugares além disso.

Meia-noite de novembro frio me acordou,
Mais escuro que preto, me fez gritar,
Fantasmas riram por cortes de verdade na parede,
Nenhum alienígena, eles são perigos que eu ignorei,
Comemorando a vitória sobre meu colapso.

Amanhecer revolucionário pediu respostas,
Ego elevado pintou arrependimento ausente,
Depois de manchar as bochechas com lágrimas por dias,
Fora de portas eu quebrei as correntes, me libertei...
Aqui estou vivendo a solidão na ponte quebrada.

0 comments: