2 de jun. de 2020

Quero morrer...

Quero morrer
feito um poeta errante,
no meio da madrugada,
por um ataque fulminante
de uma metáfora desaforada.

Quero morrer
feito um poeta solitário,
atropelado por um anjo distraído,
que se enforcou com o calendário,
cortou os pulsos com as palavras de vidro.

Quero morrer
feito um poeta absorto,
afogado na poesia ressuscitada
de um poema já morto,
escrito para a mulher amada.

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