23 de mai. de 2020

Valsa Caos (A bailarina e os sapatos de chumbo) III

Acordei em tua cama
Sem explicação 
A cabeça nem temia o porre
Assustado ao lado da bailarina 
Que dormia tão relaxada

O sol estava quase em seu rosto
Fiz da coberta uma cortina
Meu coração no peito aos saltos,
Como se quebrasse uma promessa velada

Relembrando como tudo aconteceu 
Ela me procurou por medo
Talvez não pudesse mais dançar 
A consolei, algo me traiu e eu a beijei
Ela correspondeu e jurou saudade

Agora ela despertava,
Me chamou para desejar bom dia
E perguntar da coberta na janela
Levantou-se e tomou o café que preparei
Fez planos para tirar minha barba, 
Queria exibir minha verdadeira idade 

O celular tocou, era seu médico 
Buscou sobre a mesa minha mão 
Eu a estendi e fui olhando seu rosto
Se iluminar instantaneamente
Não iria parar de dançar 

Ligou pra alguns amigos,
marcou algo pra comemorar 
Depois das ligações perguntou onde me deixaria
Disse que eu entendia já havíamos tentado não tinha como dar certo, 
Claro que concordei
perguntou se queria carona
Depois de agradecer, nos despedimos.

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