23 de mai. de 2020

Valsa Caos ( A bailarina e os sapatos de chumbo) I

Quando me convidou para dançar
Avisei de meus passos descuidados
Insistiu em me arrastar para o salão
Viu graça nos meus passos errados 
Pensou ser charme o tremer de minhas mãos

Planejou um leve consertar em meu gingado
Flutuava enquanto meu corpo teimava em se arrastar
... Caminho a ser trilhado.

Teus dedos entre os meus, minha mão em tua cintura e cabeça sobre meu ombro
Mensurou se afastar...

Só se comparava com minha falta de ritmo
O entoar cardíaco do meu peito
Teus lábios macios e rubros
Condenava-me pelo que já lhe havia advertido

- Valsa bailarina, pois meus sapatos são de chumbo
Bailarina de sapatilha leve, não deve por mim esperar

Desprendeu-se do peso que a prendia
Tua leveza e suas asas fizeram com que pudesse voar

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