9 de nov. de 2021

Folhas cançadas de seu nome

Folhas cançadas de seu nome
Fui escrever sobre você.
Minha caneta estourou.
Minha folha rasgou.
Meu céu trovejou.
Minha mãe reclamou. 

E eu me desdobrei.
Desdobrei da forma que você me dobrou.
Me chama de amor, me trata como refém.
Minha insistência esgotou.
Já era... 

As estrelas delineiam a noite.
Com um ar de "brilhe também, brilhe por você, sem precisar de um amor refém, nem merecer".
O açúcar se abandona no meu paladar.
Com um gosto de "chega de tentar, abandone a amargura dele, a douçura da sua alma é mesmo de se descartar?"
Aroma de margaridas comprimentam meu nariz, com cheirinho de
"Pra que rosas? Se logo depois ele te da calafrios ao erguer os pulsos? Aqueles malditos impulsos, tão frios, tão impuros..."
O som dos pássaros e Caetano veloso.
Com um som de independência.
"Porque você me esquece e some?"
Suma!
Esqueça.
Minha alma te retruca.
Me da enjôo.
Adoeça! 

Ultima vez que dedico letras pra ti.
Minhas canetas se fartaram de estourar.
E minhas folhas de rasgar.
E o universo de me mostrar.
Que ao seu lado eu não devo ficar.
Essa é a despedida das algemas.
Pela minha liberdade vou brindar.

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