10 de jan. de 2019

O abridor de cartas

Lá estou eu 
Com uma mensagem na minha mão.
Uma carta que eu queria abrir
Por um longo período de tempo.

E nesta nota
Está escrito o que ela escreveu.
Palavras que foram flutuantes
Em volta no fundo da minha mente.

Uma história que foi selada
Isso me diz como ela se sente.
Eu nunca estive mais entorpecido
Do que estou agora.

E o que vem pela frente
São palavras que ela disse.
Rolou de sua própria língua.
Agora sai pela minha boca.

Mesmo que ela tenha ido embora
Suas palavras ainda vivem.
Eu penso nela
Todo dia.

Tudo o que resta é o seu espírito.
E as palavras dela não tinham limite.
Sem limites ela era.
E destemido todo o caminho.

Um papel coberto de tinta.
Um que mal consegue respirar.
Como se os pulmões estivessem
Sangrando preto.

Eu posso ver os sulcos da caneta.
Os traços cursivos também.
Foi escrito com tanta força que eu posso
Leia de trás.

Eu sei que está tão bem escrito
Como se ela tivesse sido mordida
Por uma cobra que a envenenou
Com todas as palavras certas.

Sua voz é distante e além.
É onde eu quero pertencer.
Não mais ser prisioneiro
Para apenas os beija-flores.

E tanto quanto eu sonho
Estou com muito medo de ler.
Estou com medo do que ela,
Pode ter que dizer.

E depois de todo esse tempo,
Eu vou deixar você decidir.
Eu acho que espero ser
Melhor desta forma.

Leia a nota duas vezes.
Certifique-se de tê-lo memorizado.
E depois queimar a cinza.
Então eu nunca posso tocá-lo novamente.

Agora é com você
Para me dizer uma mentira ou a verdade.
E para me colocar em um caminho
Que eu possa ou não entender.

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