Dentre as mil imagens que escolho...
Quais são as cores da espera, da lembrança e do futuro?
Desde o sépia até o neon eu vejo o mundo dormir
Noto a metamorfose!
E enquanto os balões da alegria flutuam
Estrelam todas as suas nuances
A intuição azul,
O cílio verde da mata,
Rosa cor de boto em um rio de frescor
A coragem corre vermelha, desfile de guarás
E fluindo em amarelo, a canção nascida entre o Sol e a Chuva
Quais fadas escolhem o tema de firmamentos tão claros quanto a paz?
As mesmas que estão esboçando odisseias e universos
No voo e repouso dos amuletos diante de elementais
Tons e movimentos, pingos de lua
Cascatas de luz purificadas para que os séculos possam nascer
Abro os olhos e contemplo, sinto a aura
Descansei, e agora admiro os pássaros do amor
Que para sempre lembram todos os nomes
É como e onde se conta os mistérios de tantas décadas
Dos dias perdidos e resgatados
Reflito, portanto, diante do tempo macio e determinado
Na ampulheta da era sábia da inspiração...
Tão pura como o ar que dói quando falta
Eis a lúcida vela e sinete das canções
Ah... O branco e o dourado
Camafeus e sonhos
A parede, a ponte, a história do galo e da alvorada
E nas montanhas, nos contornos das faces queridas
Às vezes a alma veste-se de silêncios, e, em outras, de sinfonias
São álbuns itinerantes lançados aos ventos
Ali vislumbro a chama da criação
Deixo minha cabeça encontrar o ombro de um anjo
E sei que fugi para dentro do céu.